11 de novembro de 1988 – Tema V – Arte e Tecnologia

No último dia, o evento discutiu as associações da arte com a informática (infoarte), com a holografia (holopoesia), com as telecomunicações (telearte) e com o vídeo (vídeo poesia), manifestações do conceito de “arte high-tech”. O poeta português Ernesto de Melo e Castro, um dos pioneiros dessas manifestações, tratou da explosão da alta tecnologia como meio para produzir obras de arte. Melo e Castro apresentou com imagens e sons, em quatro monitores de televisão, uma das manifestações da “arte high-tech”, a vídeo poesia. O teórico espanhol com formação filosófica e ex-membro do Instituto de Artes da Unicamp, Eduardo Subirats, criticou o uso excessivo da tecnologia como uma ameaça à produção cultural. O professor Arlindo Machado, da PUC de São Paulo, manifestou preocupação em estabelecer um projeto cultural mais definido esteticamente para evitar que as novas tecnologias corram o risco de cair no vazio. Professor do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas à Educação da Faculdade de Educação da Unicamp, Laymert Garcia dos Santos se mostrou favorável à parceria entre arte e tecnologia a partir de uma equidade de valores que impediriam a sobreposição de uma em relação à outra. O estabelecimento de princípios para a conivência harmoniosa entre arte e tecnologia também foi defendido por Melo e Castro. O seminário que discutiu os rumos da arte e da cultura na virada do século foi encerrado com a participação de Marco Aurélio Albanezi, coordenador de Estudos e Pesquisas do Instituto de Promoção Cultural (IPC), vinculado ao Ministério de Cultura (MinC). Albanezi revelou que a indústria cultural havia conquistado um peso surpreendente na economia do país e apresentou o estudo desenvolvido pelo MinC, em convênio com a Fundação João Pinheiro (MG), denominado “A indústria cultural no quadro da economia brasileira”. Também participaram o professor de Crítica Literária da Universidade de Nova York Robert Stam, o professor de Antropologia Cultural da Universidade de Roma Massimo Canevacci e o historiador e crítico de arte italiano Achille Bonito Oliva.

Ernesto de Mello e Castro no debate sobre arte e tecnologia. Foto: Siarq/Unicamp.
Arlindo Machado no debate sobre arte e tecnologia. Foto: Siarq/Unicamp.
Arlindo Machado no debate sobre arte e tecnologia. Foto: Siarq/Unicamp.
Laymert Garcia dos Santos no debate sobre arte e tecnologia. Foto: Siarq/Unicamp.
Laymert Garcia dos Santos no debate sobre arte e tecnologia. Foto: Siarq/Unicamp.
Marco Aurélio Albanezi no debate sobre arte e tecnologia. Foto: Siarq/Unicamp.
Marco Aurélio Albanezi no debate sobre arte e tecnologia. Foto: Siarq/Unicamp.