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Livro sobre empoderamento feminino na ciência vence Prêmio Asimov-Brasil

O livro “As Cientistas: 50 mulheres que mudaram o mundo”, da escritora e ilustradora norte-americana Rachel Ignotofsky, é o vencedor da primeira edição do Prêmio Asimov-Brasil.

Autor: Guilherme Gorgulho

O livro “As Cientistas: 50 mulheres que mudaram o mundo”, da escritora e ilustradora norte-americana Rachel Ignotofsky, é o vencedor da primeira edição do Prêmio Asimov-Brasil, realizado nesta quarta-feira (16). A obra publicada no Brasil pela Editora Blucher foi escolhida pela maioria dos alunos de Ensino Médio inscritos na premiação, que ocorreu de maneira virtual e foi uma realização do Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Unicamp.

Também foram anunciados os 14 estudantes que tiveram suas resenhas escolhidas pelo Comitê Científico da premiação, formada por 50 profissionais da educação, comunicação e divulgação científica. Os 132 estudantes inscritos, de 15 escolas, enviaram 86 resenhas para avaliação, recebendo notas de um a dez, considerando clareza textual, engajamento do leitor e originalidade. A comissão produziu mais de 400 avaliações para chegar aos melhores textos.

Ignotofsky, que enviou um vídeo agradecendo a distinção, receberá da organização uma obra da artista visual Lygia Eluf, professora aposentada do Instituto de Artes da Unicamp. Parte da série denominada “Rio das Almas, Cavalcante, GO”, o desenho em pastel seco sobre papel tem o formato de 50 cm por 50 cm e será enviado para a autora nos Estados Unidos. Os estudantes premiados receberão reproduções digitais da obra em impressão sobre papel com pigmentos minerais.

Concorreram também: “O Andar do Bêbado: Como o acaso determina nossas vidas”, de Leonard Mlodinow (Editora Zahar); “A Vantagem Humana: como nosso cérebro se tornou superpoderoso”, de Suzana Herculano-Houzel (Companhia das Letras); “Física em 12 lições fáceis e não tão fáceis”, de Richard P. Feynman (Editora Nova Fronteira); e “1499: o Brasil antes de Cabral”, de Reinaldo José Lopes (Editora HarperCollins).

Inspirado na premiação homônima criada na Itália, o Prêmio Asimov-Brasil 2020 englobou nesta edição-piloto sete escolas particulares e oito públicas de três estados brasileiros, das cidades de Atibaia (SP), Campinas (SP), Hortolândia (SP), Jundiaí (SP), Limeira (SP), Petrolina (PE), Quedas do Iguaçu (PR) e Valinhos (SP). O físico Anderson Fauth, coordenador do Prêmio Asimov-Brasil e coordenador adjunto do IdEA, fez a apresentação do projeto e mostrou um balanço sobre as atividades desenvolvidas.

O físico italiano Francesco Vissani, idealizador da iniciativa original e cientista residente do IdEA em 2019, enviou um vídeo parabenizando a iniciativa brasileira. Da Itália, o pesquisador lembrou que Isaac Asimov escreveu livros sobre ciência e ficção científica, criando personagens que habitavam planetas distantes. Esses seres imaginários, entretanto, também se deparavam com problemas em sua existência, como no mundo real, mas depositavam confiança na ciência e na capacidade de os indivíduos buscarem o aprimoramento por meio do raciocínio e do método científico, ressaltou Vissani. “É a mesma atitude do filósofo francês Auguste Comte [1798-1857], que escreveu estas belas palavras: ‘amor por princípio, ordem por fundamento e progresso por fim’.”

A mesa de abertura da cerimônia contou com a participação do reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, do poeta e linguista Carlos Vogt, presidente do Conselho Científico e Cultural do IdEA, do crítico literário Alcir Pécora, coordenador do IdEA, e da professora Sônia Soares, da Escola Estadual Professor José Leme do Prado, de Valinhos. “É uma alegria para a Unicamp poder fazer parte desse processo”, afirmou Knobel, destacando a importância de se valorizar a ciência no atual momento em que o Brasil sofre com os efeitos de uma pandemia.

A estudante Nicole Nikaya, ex-aluna da E.E. Professor José Leme do Prado, preparou um vídeo de apresentação para esta edição do Prêmio Asimov-Brasil, que foi mostrado durante a cerimônia. O evento contou também com a exibição de uma gravação com depoimentos dos alunos envolvidos comentando suas experiências de leitura, avaliação e redação da resenha.

Os alunos premiados são: Aline Bergamin (E.E. José Maria Matosinho/Campinas), Caroline Lucas dos Santos (E.E. José Maria Matosinho/Campinas), Francisco do Rego (Colégio Cristão de Jundiaí), Júlia Ramírez Vidoto (Colégio Objetivo/Campinas), Larissa Lemos Simões Pires (Colégio Cristão de Jundiaí), Letícia Dal’Evedove Soares (Colégio Ápice Eleva/Jundiaí), Maria Eduarda Godinho Carvalho (COTUCA/Campinas), Mariana Torezan Silingardi Rigoletto (Colégio Imaculada/Campinas), Paulo Henrique Francisco Felipe (COTUCA/Campinas), Pedro Roberto Pereira (Colégio Cristão de Jundiaí), Rafaella Adorno Bastos Ferraz (COTIL/Limeira), Renan Andrade Dantas (Colégio Objetivo/Campinas), Rita Aparecida Valentim (COTIL/Limeira) e Silvana Oliveira Carvalho (E.E. José Maria Matosinho/Campinas).

“Um mundo descoberto por mulheres” foi o título da resenha vencedora da aluna Letícia Soares, do Colégio Ápice Eleva. Nos agradecimentos, a estudante de Jundiaí comentou sobre a importância motivacional da leitura de “As Cientistas”, que foi além das discussões sobre ciência ou do protagonismo feminino. “Ainda mais no contexto deste ano, com a covid-19, esse livro me ensinou muito a não desistir dos meus sonhos”.

Caroline dos Santos, da E.E. José Maria Matosinho e autora da resenha premiada “Como o cérebro humano adquiriu notáveis capacidades cognitivas?”, agradeceu o apoio dos professores que a incentivaram a participar e elogiou o Prêmio Asimov-Brasil por reunir livros de disciplinas variadas como forma de estimular o interesse dos alunos. Paulo Henrique Felipe, estudante do COTUCA, classificou a experiência como “incrível” e “muito enriquecedora”. Ele produziu a redação “Física em 12 lições fáceis e não tão fáceis, mas com certeza muito interessantes”, sobre o livro de Richard Feynman.

A primeira edição brasileira do Prêmio Asimov-Brasil foi organizada em parceria do IdEA com o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp, o Colégio Técnico de Campinas (Cotuca) e o Colégio Técnico de Limeira (Cotil).

O prêmio homenageia o escritor Isaac Asimov (1920-1992), um dos mais prolíficos autores do século XX, que conquistou reconhecimento e sucesso no mercado editorial nos anos 1950 ao iniciar a publicação da série de ficção científica “Fundação”. Foi autor de cerca de 500 livros e de centenas de contos em gêneros diversos, como romances de ficção científica e de suspense, divulgação científica para jovens e para adultos, crítica literária e ensaios sobre religião e humor.

Mais informações sobre o Prêmio Asimov-Brasil podem ser obtidas no site www.asimovbrasil.unicamp.br.


https://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2020/12/17/livro-sobre-empoderamento-feminino-na-ciencia-vence-premio-asimov-brasil

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